terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Arruda e a crise na maçonaria

O governador se licencia da organização, mas não evita investigações sobre suposto favorecimento do governo do DF a uma fundação ligada aos maçons
Por MURILO RAMOS

O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, pediu licença da maçonaria por temer ser expulso da organização. No início de dezembro,
ÉPOCA revelou que um processo para o seu desligamento da maçonaria havia sido aprovado e que Arruda seria julgado. Segundo fontes ouvidas pela revista, a expulsão era certa. O motivo do processo foi o aparecimento do governador em um vídeo recebendo R$ 50 mil do ex-secretário de Relações Institucionais do governo Durval Barbosa, no episódio que ficou conhecido como mensalão do DEM de Brasília. Arruda entrou com o pedido de “quite placet”, concedido pelas lojas maçônicas quando o maçom fica impossibilitado de frequentar as reuniões por qualquer motivo. O governador fez o pedido em caráter irrevogável. Com isso, a loja fica impedida de não conceder a licença. Do ponto de vista prático, com o “quite placet”, o processo de expulsão de Arruda da maçonaria fica parado. Se quiser voltar à instituição, Arruda terá de se submeter à aprovação dos maçons. Em dezembro, o governador pediu sua desfiliação do DEM com receio de ser defenestrado dos quadros do partido.
Arruda é mestre grau 3, terceiro de 33 níveis na hierarquia da maçonaria. No grau 1, o membro é chamado de aprendiz. No 2, de companheiro. A partir do 3, já é considerado um mestre.
Em entrevista a ÉPOCA, o maçom Walter Fachetti (deputado que integra a assembléia federal da organização), que protocolou pedido de investigação e expulsão de Arruda, diz que o governador nem deveria ter entrado para a maçonaria. Fachetti, ligado à loja maçônica 22 de agosto em Colatina (ES), afirma que Arruda frustrou a maçonaria por ter prometido fazer um governo voltado para o povo e, depois, ter se envolvido em um escândalo de grandes proporções (mensalão do DEM). Fachetti lança suspeitas também sobre a Fundação Gonçalves Lêdo, vinculada à maçonaria e que fechou convênios, sem licitação, de quase R$ 30 milhões com o Governo do Distrito Federal para gerir programas de informática. O Ministério Público do Distrito Federal já investiga o convênio da fundação com a Secretaria de Ciência e Tecnologia. Fachetti diz que, neste momento, não chama Arruda de “irmão”, que é o tratamento entre os maçons. Ele afirma não acreditar na volta de Arruda à maçonaria, mas não duvida que isso aconteça. "É possível que ele peça para voltar e um monte de bandido aprove a volta dele. Infelizmente a Ordem (maçônica) tem pecado muito."
A seguir, os principais trechos da entrevista do deputado federal maçônico Walter Fachetti a ÉPOCA.
ÉPOCA – O que é o “quite placet”, pedido pelo governador José Roberto Arruda? É uma licença?
Walter Fachetti – Quando o maçom se vê impossibilitado de frequentar as reuniões, por qualquer motivo, ele entra com o pedido. Isso está no regulamento geral da ordem, no artigo 43. O pedido dele, feito no dia 18 de dezembro, foi apresentado em caráter irrevogável. Não existe nenhum meio que a loja (maçônica) possa revogar. Ela concede simplesmente o “quite placet”.
ÉPOCA – E o governador explica o motivo da licença?
Fachetti – Na verdade eu nem soube por Brasília. Eu que fiz o pedido de abertura de processo contra o Arruda no dia 2 de dezembro. Protocolei no Espírito Santo. Fiz alguns contatos com alguns maçons para pedir apoio, já que eu sou deputado federal da maçonaria. Mas, quando se faz o pedido em caráter irrevogável, você não fala o porquê. Só fiquei sabendo da concessão pela internet.
ÉPOCA – O que acontece com o processo de expulsão dele da maçonaria?
Fachetti – Infelizmente o processo fica parado. Não tem como prosseguir. Isso porque ele não faz mais parte do corpo da loja. Ele continua sendo maçom. Quem entra na maçonaria nunca deixa de ser maçom. Eternamente vai ser maçom. Mas, com o “quite”, fica parado. Mas eu estou estudando algumas possibilidades. Eu recebi alguns documentos do grão-mestre de Brasília, Jafé Torres. Ele tem uma fundação em Brasília chamada Gonçalves Ledo. Houve algum desvio de recursos para ele.
ÉPOCA – Para o Jafé Torres?
Fachetti – Para a fundação. Ela teve um valor pequeno até 2003 em que dava para pagar só a contabilidade e alguns funcionários. No ano passado, teve uma receita exorbitante. Estou vendo a possibilidade de abertura de um processo de investigação da maçonaria sobre a fundação (Gonçalves Lêdo), que é mantida pela maçonaria, por alguns maçons que não deveriam estar no meio. O que prezamos acima de tudo é a liberdade, a fraternidade e a igualdade. Essa forma de maracutaia, a maçonaria, em nenhum momento, comunga com isso. Infelizmente não temos como separar muitas coisas. As pessoas começam a ficar marginais depois que entram na política. Geralmente no nosso meio não se encontra esse tipo de pessoa. Mas entraram. Por motivos alheios ao que a ordem preceitua. Por isso são coisas que temos de punir. E nós, como maçons que queremos a coisa certa, queremos fazer com que ela aconteça.
ÉPOCA – Seria possível alguma intervenção na loja maçônica do Distrito Federal em função das suspeições?
Fachetti – Só quem pode fazer isso é o Grande Oriente do Brasil, por meio do grão-mestre geral, que é Marcos José da Silva. Caso a loja toda esteja envolvida no processo com o próprio Arruda, que, neste momento, eu não chamo de Irmão. Para mim é um homem de avental que entrou na maçonaria por motivos particulares e alheios aos que a Ordem preceitua. Não deveria nunca ter entrado. Ou seja, ele atingiu o grau de mestre em um período curto, o que não deveria. Com ele foi diferente. Na história da maçonaria só teve um que conseguiu isso e também por interesse: foi Dom Pedro I.
ÉPOCA – Só o Dom Pedro I e o Arruda?
Fachetti – Só o Arruda e o Dom Pedro I. Parece que a assessoria do Arruda é quase toda de maçons da loja dele. Estou batendo contra essa situação porque não admito esse tipo de coisa. Se for para dar um jeitinho, a gente sai da maçonaria e fica do lado de fora, que já está uma bagunça. Dentro da Ordem, fazer uma coisa dessa, é lastimável.
ÉPOCA – O Arruda fica impossibilitado de frequentar as lojas maçônicas?
Fachetti – Sim. Ele fica impossibilitado de frequentar reunião ou evento fechado da maçonaria. Só eventos abertos, apesar de ser maçom. Esse período dura seis meses e pode ser revogado por mais seis meses. Depois disso, ele pode, com o “quite” na mão, pedir para voltar a qualquer loja, desde que a loja aceite. A mesma coisa que aconteceu lá no Senado. Ele burlou o painel, falou que não tinha sido ele e voltou uns meses depois como deputado e governador. E o povo aceitou.
ÉPOCA – Então o governador Arruda pode voltar à maçonaria?
Fachetti – Pode. Se a loja achar por bem, sim. Existem interesses e interesses. Normalmente não se pode fazer isso. Mas, infelizmente, a Ordem tem pecado muito.
ÉPOCA – Na prática, o que o governador Arruda ganha com o “Quite Placet”
Fachetti – O processo de expulsão fica parado. Mas acho, particularmente, que ele não volta mais. O desgaste dele dentro da Ordem foi grande. Quando ele cometeu o ato ilícito do painel (violação) e ele já era maçom, o Arruda foi dentro de loja, pediu desculpa e falou que ia fazer um governo voltado para o povo. E a Ordem acreditou nisso. E agora aconteceu uma situação dessa (mensalão do DEM). Eu acho que ele já se queimou o suficiente. Não estou falando que não vai acontecer, que não vão aceitar ele. É possível que ele peça para voltar e um monte de bandido aprove a volta dele. Eu digo sempre o seguinte: se você anda com porco, você come lavagem. Se aprovarem a volta, é por outros motivos, que fogem ao que a Ordem preceitua. Eu vou estar em cima, batendo. Porque se depender de mim ele não volta. Somos mais de 300 mil maçons no Brasil. A minha palavra é pequenininha, mas vou tentar fazer.
ÉPOCA – A opinião na maçonaria é de que ele deve ser afastado?
Fachetti – As manifestações contra ele são muitas. Eu tenho de Recife, Fortaleza, São Paulo. Junto com o meu pedido, entrou uma série de pedidos de expulsão dele no judiciário maçônico. Não estou sozinho. A imprensa não sabe muito porque a maçonaria é uma coisa muito fechada. Eu gostaria que este movimento (Arruda) fosse aberto, que fosse escrachado. A maçonaria está vivendo muito do passado. Ajudou na proclamação da República, ajudou na Inconfidência mineira, na libertação dos escravos. O passado é museu. A maçonaria deveria mostrar o que faz hoje em prol dos menos favorecidos. Não existe mais motivo para vivermos escondidos do que jeito que nós vivemos. Ou seja, se tem um cidadão desse (Arruda), que faz uma coisa dessa, ele deveria ser achincalhado pela maçonaria primeiro. Sou partidário dessa ideia. A maçonaria não deveria ficar na escuridão neste momento.
ÉPOCA – Então o senhor não tem motivos para ficar no anonimato.
Fachetti – Não vejo motivos. Só se quiserem me expulsar. Mas não existe motivo para me expulsarem.
Fonte: Resvista Época
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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Dan Brown lança livro sobre símbolos da maçonaria


“O Símbolo Perdido”, de Dan Brown, já bate records !

A maçonaria é o principal ingrediente de seu novo livro 'O Símbolo Perdido'.Trama se passa em Washington, cidade cheia de símbolos da maçonaria.

Um dos melhores contadores de história do mundo dedica seu novo livro a uma religião secreta rodeada de polêmicas. O Fantástico conversou com Dan Brown para entender como a maçonaria atraiu uma lista tão grande de líderes históricos, e por que ainda é acusada de ter um pé no satanismo.

O mistério da maçonaria é o principal ingrediente do novo sucesso do escritor Dan Brown, "O Símbolo Perdido". O autor do megasucesso "O Código Da Vinci", contou ao Fantástico que no livro anterior ele pergunta o que aconteceria se Jesus não fosse divino, mas apenas um profeta. No novo romance, a questão é se o ser humano teria poderes divinos, uma ideia que segundo ele vem da maçonaria.

Toda a trama, cheia de peripécias, perseguições e surpresas, se passa em um domingo à noite em Washington, a capital americana, uma cidade cheia de símbolos da maçonaria. Alguns são bem evidentes, como o obelisco, símbolo da divindade, com uma pirâmide, que representa a evolução dos seres humanos. A influência dos maçons se refletiu na criação da biblioteca do Congresso americano, hoje a maior do mundo.

Um dos momentos mais emocionantes do livro é quando os heróis entram no salão de leitura da biblioteca do Congresso americano, descrito como o salão mais bonito do mundo. Eles estão fugindo de uma equipe da SWAT e se escondem entrando por uma porta.

A república americana foi criada por um grupo de maçons, entre eles Benjamin Franklin, John Adams e o primeiro presidente, George Washington.

Um dos templos da maçonaria na cidade, onde os murais mostram o fundador da nação com o avental de pedreiro dos maçons lançando a pedra fundamental do capitólio, é o prédio do Congresso americano.

Dólar

Dan Brown lembra que o símbolo mais sagrado da nação, que está nas notas de dólar, é a pirâmide da maçonaria, encimada por um olho que simboliza a sabedoria. Segundo o escritor, a pirâmide incompleta, sem o vértice, é um símbolo de que o ser humano, e o país, nunca estão prontos, sempre podem se aperfeiçoar.

O escritor destaca que, ao contrário do que muitos acreditam, os Estados Unidos não foram fundados como uma nação cristã.

Os fundadores eram maçons que seguiam o deísmo, uma religião universal que usa os símbolos de todas as crenças, e acredita que todos os homens nascem iguais, com o direito à liberdade de culto.

Sobre o altar do templo maçom, estão os livros das principais religiões: não só a bíblia cristã, como a torá dos judeus, o corão dos muçulmanos, e as escrituras de outras tradições. O salão do templo, na capital americana, é o cenário da cena final do livro de Dan Brown, e certamente será recriado com muito mais colorido quando o filme for feito.

O templo é exatamente como Dan Brown descreve. No fundo, o trono do grande comandante soberano da ordem, o altar em torno do qual se realizam os rituais secretos. Mas os maçons negam que o iniciado tome sangue em uma caveira como Dan Brown conta no livro. Segundo eles, isso é só imaginação do autor.

Dan Brown diz que na verdade os maçons usam vinho em vez de sangue, mas insiste que a caveira é usada no ritual da quinta libação, escrito num livro por um dos primeiros presidentes dos Estados Unidos, John Adams.

O templo é a sede do rito escocês da maçonaria, uma corrente fundada nos Estados Unidos, à qual pertenceram 15 presidentes americanos. O último foi Gerald Ford, nos anos 70.

Os líderes são mestres do grau 33, o máximo a que se pode chegar na maçonaria. Dan Brown explica que esse é um número místico, a idade de Cristo ao ser crucificado, e o número de vértebras da nossa coluna vertebral.

Muitos, em especial os fundamentalistas cristãos, atacam a maçonaria como um culto satânico, mas Dan Brown insiste que os símbolos e rituais da maçonaria não são sinistros nem malignos. Pelo contrário, significam tolerância religiosa e espiritualidade universal.

Para Dan Brown, o importante é que as pessoas procurem entender os símbolos e as crenças dos outros, e tenham menos preconceitos.

Fonte: http://g1.globo.com/g1/rio/







Para quem sentia falta das peripécias de Robert Langdon, a espera está acabando. Falta menos de uma semana para o lançamento oficial do mais novo romance do autor americano Dan Brown, “O Símbolo Perdido“.

Mesmo em pré-venda, a edição já faz história ao se tornar o livro para adultos mais vendido pelo site da Amazon.com, previsto para o dia 15 deFevereiro.

Seis anos depois de “O Código da Vinci“, Dan Brown continua nas graças do público. A expectativa para conhecer o conteúdo do livro, envolvido em um mistério sem precedentes no mercado editorial americano, resultou em milhares de reservas da obra, o que a transformaram na número um na lista de vendas da Amazon e da Barnes & Noble, a maior cadeia de livrarias do mundo.

Envolto em mistérios sobre seu lançamento desde abril deste ano, o suspense ajudou como ferramenta de marketing para alavancar as venda antecipadas.

Nesta nova aventura ao estilo “24 horas”, Robert Langdon, professor de simbologia da Universidade de Harvard, voltará a ser o protagonista. A história se passará em Washington, em um intervalo de apenas 12 horas e se centrará novamente nos segredos de uma sociedade oculta.

Para se ter uma ideia do podeer de fogo dessa obra, o grupo editorial preparou cinco milhões de cópias para a primeira edição do livro, só na América do Norte.

E para os adeptos da tecnologia, também está em pré-venda a versão eletrônica da obra para o leitor Kindle. Os usuários do serviço que compraram o livro antes de seu lançamento receberão a obra em seus leitores eletrônicos através de um download automático no mesmo dia.