quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Banda baiana vende meio milhão com ritmo paraense

Sabe aquela sensação esquisita de já ter passado por algo que você está vivenciando pela primeira vez? Conhecido por dejá vu, expressão francesa que ao pé da letra significa “já visto”, o fenômeno volta a assolar a música paraense.

A situação estranhamente familiar veio à memória nos últimos meses, devido ao tremendo sucesso da banda baiana Djavú (oh! ironia do destino), grupo baiano que tomou de assalto a mídia nacional ao adotar o melody em seu repertório e regravar canções de vários artistas do tecnobrega paraense.

Com apenas dez meses de carreira, a banda formada pelos cantores Geandson e Nadila e o DJ Juninho Portugal teve a música “Nave do Amor” incluída na trilha sonora da novela “Bela, A Feia”, é figurinha carimbada em programas de auditório como Geraldo Brasil, Gente da Gente e Domingo Legal, além de contar com uma intensa agenda de shows por todo o Brasil, com apresentações quase diárias. Tudo isso, segundo os bregueiros paraenses, à custa do sagrado suor do esforço alheio.

“Eles pegaram o nosso ritmo e as nossas músicas na moral e agora estão estourados no Brasil inteiro. Não nos deixaram nada: nem dinheiro, nem reconhecimento”, diz Gabi Amarantos, vocalista da Banda Tecno Show, uma das pioneiras do tecnomelody (vertente do tecnobrega) do Pará. A cantora está encabeçando uma espécie de cruzada na mídia pela valorização dos direitos dos artistas locais.

A ira dos músicos paraenses foi despertada no começo de 2009, quando a Djavú lançou no mercado o seu primeiro CD, chamado “Banda Djavú e DJ Juninho Portugal – O Furacão é Show”, acompanhado pouco tempo depois pelo lançamento do DVD de mesmo nome, no qual gravaram vários hits de artistas e bandas da cena local de melody e tecnobrega, sem a devida autorização dos músicos.

“Eles não pediram nada pra gente. Agora estamos na rua da amargura, enquanto os caras estão no bem bom. Não estou reclamando, porque eu tenho como sobreviver, mas isso não se faz”, diz Marlon Branco, compositor da música “Rubi”, em parceria com a banda Ravelly, estourada nas paradas de todo o Brasil na versão da Djavú.

De acordo com Marlon, outros artistas paraenses também foram lesados pela Djavú, como o compositor Ale Max, autor de “Me Libera”, sucesso na voz da cantora Letícia; a Banda Ravelly e ainda Vanda e Banda Fetiche.

Além do prejuízo financeiro, os bregueiros paraenses reclamam do não reconhecimento. A perda de status de criadores do gênero para o vizinho nordestino deixa receosa a cena local, que como todo movimento underground tem seu próprio código de conduta. E no tecnobrega, que nasceu da periferia de Belém até ganhar o mundo a duras penas, o ressentimento por não ser “considerado”, como se diz na gíria local, é, sim, uma grande coisa.

“Eles estão estourados, ganhando dinheiro e dizendo pra todo mundo que o ritmo é deles, que eles inventaram tudo. Estamos revoltados com essa história. Divulgar o ritmo é tudo que a gente sempre quis, mas não estão dando o crédito para quem inventou e faz acontecer o movimento tecnobrega”, afirma Gabi. (Diário do Pará)


fonte DIARIO DO PARÁ

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Divina Trindade

Alguns dias sem postar, resolvi escrever sobre a Divina Trintade, Quando se fala deste assunto, sempre existe uma curiosidade, pois se trata de algo dentro das escrituras sagradas que deixam muitas pessoas intrigadas.

Todos querem saber como três, pode ser um só.Após 3 anos aproximadamente fazendo parte da sociedade Maçonaria, comecei a estudar as escrituras sagradas.Após muitas pesquisas e leituras de bons livros sobre a Bíblia sagrada, iniciei minha jornada rumo ao conhecimento.

No final de 2008, tive o privilégio de ler um artigo de uma missionária Italiana, que faz sua missão na Colômbia em uma região muito pobre, alimentação e àgua quase não se encontra. Durante esta maravilhosa viagem de leitura tive a oportunidade de adiquir alguns conhecimentos sobre as escrituras. sobre a Divina Trindade, qual era o entendimento sobre esta questão tão controversa, o texto dizia-me que ela já estudou muito sobre tudo relacionado a bíblia, aproximadamente 50 anos, onde ela chega a conclusão, que as mesmas duvidas que os religiosos no mundo tem, ela também o tinha.

após a leitura, nao me contive e continuei a minha batalha em rumo ao conhecimento. Após muitos estudos entendi que o verdadeiro significado da Divina Trindade, estava contido em um contexto.Deus quando resolveu dar mais uma chance a humanidade de perdão dos pecados, ele manda seu filho para viver como homem comum e sofrer as dores na carne e assim termos esta oportunidade de perdão. Mas como Deus é único e não tendo filho, ele se desdobra e vem representando um filho seu, gerado pelo seu próprio Espirito Santo, no útero de MARIA, para viver e morrer por nós, porém senão ressucitasse, Lucifer teria vencido a batalha, mas quando Jesus Cristo ressussita ao Terceiro dia, ele volta ao próprio Deus nas Alturas e deixa o Espirito Santo, (Unção) para que quando arrependermos de nossos pecados recebamos a presença do Espirito Santo. Assim sendo DEUS como pai, o filho representado por JESUS CRISTO e o ESPIRITO SANTO de Deus, fazem juntos a Divina Trindade.

O ESPIRITO SANTO, é a luz que nos guia através de JESUS CRISTOao todo poderoso DEUS.


Renan Monteiro Guimarães
M.'. M.'.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Quem são os Dalits?





POR UMA ÍNDIA REMIDA PELO SANGUE DE JESUS




A Novela Caminho das Índias, esta chegando ao fim, eu e com certeza milhores de brasileiros esperamos o seu desfeito.




uma das coisas que me chamaram a atenção na novela foi os Dalits, quem são eles? Os intocáveis da Índia?




Poucas pessoas no mundo tem experimentado um nível de abuso e pobreza como os 300 milhões de Dalits ou “intocáveis” da Índia. Por 3.000 anos eles tem vivido num ciclo de discrimação e desespero sem esperança de escape. Para os Dalits, dor e sofrimento são parte da vida. Eles estão presos a um sistema de castas que nega a eles adequada educação, água potável, empregos com decente pagamento e o direito à terra ou à casa própria. A cada duas horas Dalits são assaltados e duas casas de Dalits são queimadas. A cada dia, dois Dalits são assassinados. Discriminados e oprimidos, Dalits são freqüentemente vítimas de violentos crimes. Em 15 de Outubro no Estado de Haryana, cinco jovens Dalits foram linchados por uma multidão por tirarem a pele de uma vaca morta, da qual eles tinham legal direito para fazer. A Polícia, segundo consta, ficou parada sem nada fazer e permitiu que a violência continuasse. Em 1999, vinte e três trabalhadores agrícolas Dalits (incluindo mulheres e crianças) foram assassinados por seguranças particulares de um fazendeiro de alta-casta. O crime deles? Ouvir a um partido político local com considerações que ameaçavam o domínio do fazendeiro sobre Dalits locais como mão de obra barata. Embora leis contra a descriminação de castas tenham sido aprovadas, a discriminação continua e pouco é feito para processar os acusados. Em anos recentes, porém, tem havido um crescente desejo por liberdade entre os Dalits e castas baixas hindus. Líderes como Ram Raj tem vindo a frente exigindo justiça e liberdade da escravidão das castas e da perseguição. Um detalhada “Carta dos Direitos Humanos dos Dalits” foi redigida com apelos para a Comunidade Internacional e para a ONU, na esperança que isto colocaria um pressão possitiva sobre o Governo Indiano. Mas pouco tem mudado – até recentemente. Em Outubro de 2001, líderes Dalits se encontram com 740 líderes cristãos na Índia em uma histórica reunião. Pela graça de Deus, os líderes Dalits reconheceram que a verdadeira esperança e liberdade para seu povo não será encontrada numa revolução social, mas em uma nova crença. Eles concordaram em permitir que as pessoas sigam a Cristo, se estas pessoas decidirem por isso. Os líderes cristãos, em troca, se comprometeram ajudar esse movimento em massa, apesar dos riscos envolvidos. Originalmente, alguns anos atrás, o líder Dalit (especificamente Ram Raj e outros) tinham se encontrado com certos cristãos na Índia que tinham recusado aceitar este esmagador número de pessoas em suas igrejas. Desencorajado, os líderes Dalits, como o líder Dr. Ambedkar então se converteram ao Budismo. Pela graça de Deus, a porta está agora aberta para milhões experimentarem esperança e verdadeira liberdade através de nosso Senhor.Fatos sobre os Dalits: • A cada dia, três mulheres Dalits são estrupadas Jovem Dalit estrupada e queimada até a morte);• Crianças Dalits são freqüentemente forçadas a sentarem de costas nas suas salas de aula, ou mesmo fora da sala;• A cada hora, duas casas de Dalits são queimadas; • A maioria das pessoas das castas altas evitarão terem Dalits preparando a sua comida, por medo de se tornarem imundos;• A cada hora, dois Dalits são assaltados.• Em muitas partes da Índia, Dalits não são permitidos entrar nos templos e outros lugares religiosos;• 66% são analfabetos;• A taxa de mortalidade infantil é perto de 10%;• A 70% são negado o direito de adorarem em templos locais; • 57% das crianças Dalits abaixo da idade de quarto anos estão muito abaixo do peso;• 300 milhões de Dalits vivem em Índia;• 60 milhões de Dalits são explorados através do trabalho forçado;• A maioria dos Dalits são proibidos de beber da mesma água que os de castas mais altas.






300 milhões de Dalits estão escravizados e sem esperança debaixo do julgo do hinduísmo. Você pode fazer alguma coisa quando a isto! Comece orando!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Ordem Dórica

Resolvi ronar a posta, vou tentar faze-la diariamente, muito obrigado e espero que gostem dos temas.

Não resta dúvida de que o templo foi um dos legados mais importantes da arte grega ao Ocidente, devendo suas origens ser procuradas no megaron micênico - aposento, de morfologia bastante simples, apesar de ser a acomodação principal do governante - que nada mais era do que uma sala retangular, à qual se tinha acesso através de um pequeno pórtico (pronaos), e quatro colunas que sustentavam um teto parecido com o atual telhado de duas águas.



No princípio, esse foi o esquema que marcou os cânones da edificação grega e foi a partir do aperfeiçoamento dessa forma básica que se configurou o templo grego tal como o conhecemos hoje, sendo pelo tipo de coluna que se conhece essa arquitetura, nascida há 2.500 anos, e que continua a fascinar os estudiosos e a atrair turistas às colunas de Atenas.



Os primitivos templos gregos eram considerados morada dos deuses. Num aposento especial, voltado para leste, ficava a estátua da divindade. Havia um pórtico, que os gregos chamavam prónaos, e uma sala grande, chamada, por sua vez, náos. Alguns templos maiores eram rodeados por colunas. A náos, nesses templos, tinha também duas fileiras de colunas internas para auxiliar a sustentação do teto. No começo, os materiais utilizados eram o adobe - para as paredes - e a madeira - para as colunas. Depois, a partir do século VII a.C. (período arcaico), eles foram caindo em desuso, sendo substituídos pela pedra e pelo mármore. Essa inovação permitiu que fosse acrescentada uma nova fileira de colunas na parte externa (peristilo) da edificação, fazendo com que o templo obtivesse um ganho no que toca à monumentalidade. Surgiram então os primeiros estilos arquitetônicos. Inicialmente, duas ordens (ou estilos) arquitetônicos predominavam: a dórica (ao sul, nas costas do Peloponeso) e a jônica (a leste). Depois, bem mais tarde, apareceu mais uma, a ordem coríntia.

A ordem dórica foi a primeira e a mais simples das ordens arquitetônicas, sendo uma versão em pedra das peças de madeira. O estilo dórico vem em primeiro lugar por uma razão muito simples: o dórico foi um dos primeiros povos que dominaram a Grécia. Nessa ordem, a parte principal da coluna, ou fuste, repousa diretamente sobre o embasamento; o acabamento no alto da coluna, ou capitel, é extremamente simples; a parte que assenta sobre os capitéis, ou arquitrave, é larga, maciça, sem rebuscamentos.

No estilo dórico, as colunas têm sulcos de cima a baixo (caneluras), porque essa é a maneira mais fácil de se adornar um tronco de madeira. No topo, uma peça redonda (equino), para impedir a penetração de água das chuvas. Sobre o equino, uma peça plana (ábaco), para distribuir por igual o peso da arquitrave e, sobre esta, apoiadas, as pontas da vigas de madeira do teto, esculpidas com três sulcos (triglifo) e com peças decoradas ou simples para preencher os vão (métopas).
Finalmente, o beiral do teto (cornija), decorado com peças de cerâmica ao longo das extremidades (acrotério). O equino junto com o ábaco recebe o nome de capitel; os triglifos e métopas formam o friso; o friso e a cornija combinados constituem o entablamento.


As ordens arquitetônicas gregas dividem-seem três partes principais:
o entabalamento, a coluna e o embasamento

Os mais importantes templos da antiga Grécia foram os da ordem dórica. Esses templos eram em geral baixos e maciços. As grossas colunas que lhes davam sustentação não dispunham de base, e o fuste tinha forma acanelada. O capitel, muito simples, terminava numa moldura convexa a um entabalamento (sistema de cornijas) formado por uma arquitrave (parte inferior) e um friso de tríglifos (decoração acanelada) entreados por métopas.



Já no século V a.C. os gregos antecipavam uma prática que os romanos adotariam muito mais tarde onde as várias partes de uma ordem podiam ser usadas para construir templos de forma diferente da retangular, tradicional até então. Chegaram a fazer um templo circular chamado Tholos, na cidade de Delphos.






Os primeiros templos provavelmente tinham tetos de palha (sapé). Depois, os tetos passaram a ter a peça triangular achatada (pedimento) e puderam ser utilizadas telhas de cerâmica. O pedimento, ao lado do peristilo, é uma das características mais conhecidas do templo grego.

Na arquitetura grega, nada era arbitrário ou puramente decorativo e, em virtude do sistema padrão de medida, até os detalhes que normalmente têm dimensões fixa, como portas e janelas, variavam de proporção em harmonia com o conjunto. Foi no Partenon que essa harmonia atingiu seu mais alto grau, tornando-o uma das maiores obras de arte de todos os tempos.

Os templos de Poseidon (Netuno) e de Hera, em Paestum, na Itália, e os templos de Selinunte, na Sicília, além do Partenon, representam os monumentos melhor conservados da ordem dórica, e datam do século V a.C.. A sua mais notável característica é a curvatura das linhas, que dão aparência de retas, mas na realidade apresentam uma pequena curvatura, para eliminar a impressão de divergência das numerosas colunas. No templo de Asso a diminuição progressiva do diâmetro das colunas lhes dá quase a forma de um fuso, sendo uma das primeiras inclusões, num templo dórico, de um friso da ordem jônica.




Por quase quatro séculos - do século VI ao III a.C. - a ordem dórcia predominou na Grécia, Ásia Menor, Sicília e Itália meridional, criando belos monumentos. Depois de atingir seu ápice, no Partenon de Atenas, mais ou menos no terceiro século a ordem dórica começou a ser abandonada. Para sucedê-la, aparecia outra maravilha da arte grega: a ordem jônica, com características diferentes: colunas mais delgadas e mais graciosas, com ligeiro estriado, base tripla e um capitel em voluta. Apesar de sua base dórica, o Partenon reflete algo da sutileza da influência jônica.

domingo, 6 de setembro de 2009

Ordem Jônica




A ordem jônica tem antecedentes na arquitetura dos assírios, hititas e de outros povos da Ásia Menor. Espalhou-se no século V a.C. por muitas cidades-estado e pelas colônias gregas na Sicília. Em Atenas, foi resultar num estilo característico, o ático-jônico.

Ao contrário da coluna dórica, a jônica não assenta diretamente sobre patamares, mas tem uma base - plinto - que assume diversas formas. A vantagem do plinto é que todo o conjunto ganha maior leveza. O fuste, por sua vez, afina um pouquinho em direção ao capitel. A coluna é elegante não só porque é mais alta em relação ao diâmetro (corresponde a até 9 vezes o diâmetro, enquanto a dórica não passa de 5 vezes e meia) mas também pelo fato de possuir maior número de caneluras - frisos verticais da coluna - de 24 a 44 (na dórica são de 16 a 20). Além disso, as caneluras jônicas não terminam em arestas vivas, mas são biseladas, ou seja, entre uma e outra há um pequeno risco, ajudando a coluna a parecer mais esquia. O capitel é ornado com desenhos em espiral chamados volutas; entre o capitel e a coluna, feito uma gola trabalhada, há outro tipo de enfeite ovalado, o gorjal.
Também a arquitrave distingue bem as duas ordens: na coluna dórica, a forma desse elemento correspondia às antigas traves de madeira; na jônica, a arquitrave adquire formas muito mais rebuscadas, apresentando três faixas horizontais. A maior delas - a última - é ornada por uma fileira de pérolas; o friso que se segue é, por sua vez, enfeitado por uma série contínua de baixos-relevos. Finalmente, o entablamento - coroação do edifício - equivalente a menos de 1/4 da altura da coluna torna a construção mais leve.






O que o dórico tem de sóbrio, o jônico tem de gracioso. O capitel jônico é parecido com o tipo de penteado feminino então em moda na época, existindo também certa semelhança entre a linha da coluna jônica e um traje de mulher, o quintão.

A construção jônica, de dimensões maiores, se apoiava numa fileira dupla de colunas, um pouco mais estilizadas, e apresentava igualmente um fuste acanelado e uma base sólida. O capitel culminava em duas colunas graciosas, e os frisos eram decorados em altos-relevos.



O Erecteion de Atenas, talvez o mais belo dos templos jônicos, levantando em honra de um lendário herói ateniense chamado Erecteu, terminou sua construção em 406 a.C., estando localizado sobre a Acrópole da cidade.


No interior do templo, guardavam-se os mais sagrados objetos de arte. Na parte sul da construção há um pórtico, o das koré ou cariátides (donzelas, em grego), sustentado, não por colunas, mas por seis estátuas de moças com cestas à cabeça.


O templo de Atenéia, "Nike Aptera", foi construído em 429 a.C. em homenagem a Atenéia vitoriosa. Dentro do templo de Atenéia, os atenienses colocaram a estátua da vitória alada, mas, por via das dúvidas, cortaram-lhe as asas, para que não saísse voando do templo. O templo foi eregido na Acrópole, permaneceu em bom estado até o século XVIII, quando os turcos otomanos - que haviam conquistado a Grécia - aproveitaram o local para armazenar pólvora, usando pedras do edifício para guarnecer o depósito.


Mais adiante, no período clássico (séculos V e II a.C.), a arquitetura grega atingiu seu ponto máximo. Aos dois estilos já conhecidos (dórico e jônico) veio se somar um outro, o coríntio, que se caracterizava por um capitel típico cuja extremidade era decorada por folhas de acanto.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Volta Por Cima


Extrapolei os sonhos!
Vivenciei as mágoas.
Convivi com fracos,
suportei os falsos.
Me mantive em pé,
mesmo com pedras
me atingindo em cheio.
Varri da alma
a revolta ignóbil,
o desprezo inútil,
a tristeza vã,
a descrença falsa.
Reabri meu coração à vida.
Deixei reflorescer ternura.
Olhei em volta e para o céu sem fim...
Me conformei com o mundo,
me conformei com a vida.
A vida e o mundo
que mereci pra mim.
Obrigada, Senhor, pela volta
que a vida me fez dar.
Aprendi a amar-te, sem mandamentos,
pela simples razão de te amar.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

A injustiça revoltada

Para revoltar-se contra a injustiça não é preciso nenhum senso de justiça: basta um interesse pisado, um calote, uma inveja, um ciúme, o desconforto visual do burguês que contempla a multidão esfarrapada. Ninguém se indigna mais com a injustiça do que o injusto quando a sofre. A revolta do homem honesto assaltado não se compara, em intensidade e fúria, à do ladrão lesado por seus pares. A primeira contenta-se, no mais das vezes, com o esquecimento; a segunda não se aplaca nem com a vingança: após matar o ofensor, ainda se sente credora do destino que não lhe devolveu, com os bens subtraídos, o tempo perdido em humilhação e espera.

O homem que clama contra a injustiça não se ergue, só por isso, acima dela: apenas colore a injustiça geral com os tons do seu ódio pessoal, o que não o torna mais justo que a média dos outros, mas lhe infunde aquele falso sentimento de dignidade que o imuniza contra a percepção de suas próprias injustiças. Quem, na embriaguez da revolta, há de tomar distância de si para o exame de consciência e o arrependimento? A revolta contra a injustiça é um poderoso narcótico do senso moral.

Quando não se volta contra uma injustiça localizada e precisa, mas contra aquele estado de coisas geral e difuso que se chama “injustiça social”, esse ódio se torna ainda mais entorpecente: atacando um alvo impessoal e abstrato, nunca tem de provar-se melhor que ele numa acareação direta. Está livre para dizer dele o que bem entenda, num paroxismo de imputações levianas e vociferações hiperbólicas do qual nenhuma veracidade se exige e pelo qual não terá de responder nunca, nunca mais. O discurso contra a injustiça social é o ventre onde se gera a maior quantidade de mentiras, de calúnias, de taras do sentimento e aberrações do intelecto.

Ademais, é longo, é excessivamente longo o caminho que vai da denúncia inicial até a conquista dos meios de fazer justiça, isto é, a conquista do poder. Quantos revolucionários e reformadores messiânicos, prometendo a reparação das injustiças no final, não se livraram de responder pelas que foram praticando por sua vez ao longo do trajeto, quase sempre maiores e mais sangrentas do que aquelas que denunciavam? Cada palavra dos discursos de Robespierre, Lenin, Stalin, Mussolini, Hitler, Mao e Fidel Castro respinga de ódio a injustiças reais e imaginárias -- e todos os seus contemporâneos somados não produziram tanta injustiça quanto eles.

Na história da modernidade, a ascensão do sentimento de injustiça, que é a marca do seu ethos predominante, fazendo nela as vezes da eqüidade romana, da fidelidade judaica e da caridade cristã, vem junto com a proliferação de injustiças, crueldades e pavores jamais imaginados pelas épocas que a antecederam.

A revolta contra a injustiça não é a expressão, mas a inversão exata do anseio bíblico de justiça. Este se esmera em abster-se de cometer injustiça, mesmo ao preço de sofrê-las. Aquele busca esquivar-se de sofrê-las, mesmo ao preço de cometê-las ainda piores e em maior número. Só na mente deformada de um Frei Betto esses dois sentimentos opostos e inconciliáveis podem parecer um só.

A revolta contra a injustiça é o mais baixo sentimento moral humano. Por isso mesmo, ela é o mais fácil de incutir nas massas para as mobilizar politicamente, e é normal que partidos e líderes façam dela, em seu proveito próprio, o mandamento primeiro ou único da moralidade pública, o critério e o emblema que distinguem os bons dos maus.

Quando isso acontece, a consciência moral do povo está no seu ponto mais baixo. Todos se sentem lesados e injustiçados, todos se inflam de revolta, todos discursam, vociferam, acusam — e todos, cada vez mais, eximem-se de julgar seus próprios atos. A indignação sobe contra a moralidade que baixa, sem reparar que ela baixa, justamente, sob o peso dos insultos que recebe da revolta insana.

A revolta contra a injustiça paralisa e corrompe o senso moral, trocando a sua complexa engenharia de sentimentos e valores pelo estereótipo simples de um rancor padronizado, repetível até a alucinação, acionável por reflexo condicionado. A revolta contra a injustiça está para os sentimentos morais — para o amor, a honra, o dever, a bondade, a lealdade — como o uivo do lobo está para um coral de Bach. Se, neste país, a ascensão triunfal de uma ideologia que consagra a revolta contra a injustiça como pedra de toque da qualidade moral dos seres veio junto com a expansão generalizada da imoralidade, do banditismo e da corrupção, isso não foi coincidência de maneira alguma. A degradação do senso moral em discurso ideológico é um processo entrópico, a passagem do diferenciado ao indiferenciado, do cultivado ao rudimentar, da reflexão ao reflexo, do argumento ao slogan.

É impossível que a conduta da sociedade não reflita, na deterioração geral das normas e dos atos, uma queda tão vertiginosa do nível de consciência de seus líderes, de seus intelectuais, de seus guias e modelos.

Quando, anos atrás, escrevi a série de artigos “Bandidos e letrados”, lembrando a intelectuais, jornalistas e artistas a culpa que lhes cabia no fomento à criminalidade, uma gota de luz que restasse no fundo de suas almas os teria induzido ao exame de consciência e à mudança de rumo. Mas essa gota já havia secado. Desde então, o caos e a violência cresceram até o insuportável -- e eles continuam bradando contra a “injustiça social” desde o alto de seu pedestal de inépcia e vaidade.

Foi por essa via que chegamos ao completo entorpecimento mental de uma sociedade idiotizada que sonha em poder reprimir o narcotráfico protegendo as Farc, acabar com os seqüestros sem tocar na reputação do Foro de São Paulo, restaurar a autoridade demolindo as Forças Armadas, impor a ordem dissolvendo a moral e a religião, instaurar o respeito por meio do deboche, da insolência pueril e da lisonja às paixões mais baixas da alma humana. O poço de inconsciência em que a liderança intelectual mergulhou este país não tem fundo.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

O Beijo da Gratidão

A foto mostra uma cadela dobermann lambendo um bombeiro exausto. Ele tinha acabado de salvá-la de um incêndio em sua casa, resgatando-a e levando-a para o gramado da frente. Ela estava prenha.



O bombeiro teve medo dela no incêndio, pois nunca antes ele tinha resgatado um dobermann. Quando finalmente o fogo foi extinto, o bombeiro sentou na grama pra recuperar o fôlego e descansar.

Um fotógrafo do jornal “The Observer”, notou o dobermann olhando para o bombeiro. Ele a viu andar na direção dele e se perguntou o que a cachorra iria fazer.

Enquanto o fotógrafo levantava a câmera, ela se aproximou do bombeiro que tinha salvo sua vida e as dos seus filhotes e beijou-o.

Veja porque uma imagem vale mais do que mil palavras.

E ainda existem pessoas que acham que o animal não tem nada a nos ensinar…


ReNaN.'.





sexta-feira, 3 de abril de 2009

Mudança em minha Vida

A nossa vida está em constante mudança! Nada do que vemos é imutável... tudo está sempre a alterar-se! "Nada se perde, tudo se transforma." - Como lidamos com a mudança? O que podemos ganhar com ela? Este blog é uma partilha de pensamentos!

"Lembrar a perfeição, para além do que vemos, é a melhor maneira de elevar a consciência ao nível criador do Universo.Empatizar com o problema, com a doença, com o sofrimento, é reforçá-lo em nós e nos outros. Ajudar os outros significa enviar-lhes pensamentos de amor, de perfeição, de saúde, de alegria e abundância, sempre e em qualquer circunstância, para além do que possa estar a acontecer. Ao fazê-lo, não só os ajudamos como reforçamos em nós a lembrança de quem somos.O símbolo mental que podemos decidir manter, reforçar e até acompanhar em todas as circunstâncias é o círculo, pois, através dele, lembramo-nos de que nada existe separado ou só, tudo faz parte da unidade e só nela existe verdadeiramente."

Mudança: esta é uma palavra que provoca à maioria das pessoas um sentimento de aversão e desconforto imediatos, antes mesmo de saberem se é uma mudança boa, má ou mesmo irrelevante.Tudo em nossas vidas está sujeito à mudança: o amor, o trabalho, a saúde, a liberdade, a paz, a sanidade mental, a própria vida...Na realidade, todos nós gostamos de imaginar a nossa vida como algo de estável, algo que nos ajude a "esquecer" a "vulnerabilidade e consequente mortalidade" inerentes à nossa condição de seres humanos. Ninguém gosta de pensar que a nossa vida possa mudar totalmente de um dia para o outro de forma completamente imprevisível (ou pelo menos pouco previsível) destruindo muito do que amamos ou a que, pelo menos, estamos habituados... Quase ninguém gosta de pensar que, para se morrer, a única condição necessária e suficiente é estar-se vivo.Paradoxalmente, tudo o que existe no mundo está em constante movimento e em constante mudança (o próprio movimento levaria por si só à mudança). Mesmo o interior da matéria e o Cosmos (o infinitamente grande e o infinitamente pequeno) estão em constante movimento e em constante mudança, provocados pela contradição latente em tudo no Universo: cada coisa (mesmo a mais simples) resulta sempre de um equilíbrio instável de duas naturezas opostas (simplificando poder-se-ia dizer que essas naturezas são o Yin e o Yang, mas o problema é mais complicado que isso...) mas que no fundo são a mesma coisa (ex: a nossa componente evoluída e a nossa componente primitiva). O Universo é dual (embora, quase parece ridículo afirmar isto, ele seja também Uno... isto ilustra as duas naturezas de tudo o que existe, até a natureza do próprio Universo no seu todo).É pois desta contradição latente em tudo que se nutre o movimento... o eterno devir... e tudo o que existe é resultado dele (da mudança). O homem, enquanto parte integrante do Universo, não pode fugir a esta regra fundamental. Tudo o que conhecemos está a desaparecer a cada dia que passa, a própria cidade onde vivo já não é a que eu conheci quando era adolescente...No entanto, cada mudança - qualquer que ela seja - embora traga em si novos perigos e desafios, encerra sempre também novas oportunidades. Talvez encerre em si até a chave do nosso sucesso futuro, ou até da nossa sobrevivência. Na realidade, o nosso crescimento interior depende totalmente dela.Não foi um cataclismo à escala planetária (destruição maciça provocada pela queda de um meteoro gigantesco) que acabou com a era dos dinossauros e abriu a via a era dos mamíferos, pelo que permitiu o aparecimento do ser humano? Não irá outro cataclismo das mesmas proporções (que acontecerá mais tarde ou mais cedo, numa escala de tempo geológica) ter também consequências benéficas?A mudança é inevitável. Como dizia Heraclito, “Nada perdura a não ser a mudança”.Não temos portanto grande escolha: ou nos adaptamos ou pagamos o preço (alto) da nossa inadaptação.É óbvio que há sempre um risco subjacente a cada mudança. A nossa adaptação pode não vir a ser a melhor, algo pode correr mal, pode ter-nos escapado qualquer coisa... mas, se não fizermos nada para nos adaptarmos à mudança o risco é ainda maior.A mudança traz sempre implícita em si duas coisas: um perigo e uma oportunidade... seja ela a oportunidade para crescermos, para amarmos, para nos realizarmos ou até para ganharmos dinheiro...O maior perigo na vida é nunca estarmos preparados para correr riscos e colher as oportunidades que deles advêm.Para sermos capazes de aprender com a mudança e a aproveitarmos em nosso benefício, temos que ser capazes de encará-la como uma coisa importantíssima, natural e vital na nossa vida, deixando de lado a velha atitude de medo e de rejeição que só serve para deixarmos cair os braços aceitando como uma derrota algo que poderia tornar-se num sucesso ou pelo menos numa lição de vida. Afinal, esconder a cabeça como dizem que a avestruz faz, não resolve nada...A mudança é muitas vezes inevitável mas pode quase sempre ser controlada, sempre e quando não nos recusemos a compreendê-la nem nos refugiemos em atitudes derrotistas.Algumas mudanças são agradáveis mas, mesmo aquela mudança que provoca um autêntico drama na nossa vida, pode ensinar-nos qualquer coisa desde que sejamos capazes de extrair as conclusões correctas e de as incorporarmos à nossa vida, tornando-nos assim mais fortes, mais preparados e melhores, aumentando as nossas hipóteses de sucesso (por vezes mesmo de sobrevivência).Também aqui conta muito a atitude de cada um em relação à vida: há sempre gente para quem a garrafa está "meio vazia" e outros para quem a mesma garrafa está pelo contrário "meio cheia". A forma "optimista" que certas pessoas têm de encarar a vida faz milagres também na sua adaptação à mudança, permitindo-lhes até tirar partido dela para sua vantagem...Sempre houve dois tipos fundamentais de mudança:1. A mudança na continuidade. Este tipo de mudança é gradual ao longo do tempo o que permite, depois de algum estudo e compreensão do seu mecanismo, fazer previsões acerca dela.2. A mudança na ruptura. Este tipo de mudança provoca um corte (uma descontinuidade) profundo com o passado o que dificulta (ou impede) qualquer tipo de previsão sobre ela.Se olharmos para a história, temos que o primeiro tipo de mudança corresponde às fases (normalmente chamadas de "ouro") em que se encontrou um modelo que funcionava bem e em que as "mudanças", normalmente pequenos ajustes imperceptíveis, são graduais. O problema é que, durante estas fases de bonança, a mudança na ruptura já se encontra em gestação, ganhando lentamente força para irromper numa crise tão brusca como violenta... A palavra “crise” tem uma conotação muito negativa em português mas, para os antigos Gregos que a criaram, significava apenas “decisão”. Temos que nos desembaraçar de vez da conotação negativa de “crise” para podermos aproveitar plenamente esses momentos que, apesar de difíceis, são os momentos privilegiados para tomarmos decisões (novos rumos?) muito importantes para o futuro da nossa vida. Como vimos, a mudança traz sempre implícita em si um perigo e uma oportunidade: trata-se no fundo e apenas de decidirmos a favor da oportunidade, evitando o perigo...Efectivamente, os momentos de bonança são os mais perigosos pois, quando tudo parece bem, temos uma tendência inata para baixarmos as defesas e cairmos no desleixo do “tudo vai bem" abrindo assim as portas à mudança de ruptura. Já dizia Séneca: “Não é por as coisas serem difíceis que não somos ousados. É por não sermos ousados que as coisas são difíceis”.O segundo tipo de mudança corresponde às revoluções, ou seja, às fases em que o modelo anteriormente encontrado ou situação anterior de equilíbrio deixou de conseguir dar uma resposta cabal às novas realidades que entretanto ela mesma tinha gerado e em que houve portanto uma necessidade de ruptura com o "status quo" passado, para se conseguir encontrar uma solução não "prevista" na anterior ordem estabelecida. Trata-se portanto normalmente de uma falha do sistema devida a incúria, porque a falta de soluções é normalmente devida à falta de previsão... é o resultado do laxismo e da política do “enquanto as coisas forem andando prefiro não fazer ondas” em que todos nós já caímos em determinada altura da nossa vida.Há também a mudança de ruptura que deriva de um acontecimento ou acidente totalmente imprevisível. Em relação a este tipo de mudança cuja génese nos foge ao controlo só nos resta tentar compreendê-la e agir sobre ela dentro da menor margem de manobra que ela ainda nos deixa.As fases de mudança de ruptura (revoluções) são sempre duras, atribuladas, assustadoras e causam inúmeras vítimas (inadaptados) mas estão também carregadas de oportunidades imensas à espera de alguém que as saiba aproveitar, é nelas que se reinventa o futuro e são elas que nos fazem sair da preguiça e portanto evoluir, tornando-nos pessoas mais maduras e fortes (o mesmo é válido para um país ou mesmo para o mundo inteiro). É com uma dose de sofrimento, dificuldade e adversidade (moderados) que nós crescemos verdadeiramente: toda a gente conhece a figura do filhinho superprotegido da mamã que por vezes parece idiota porque tem dificuldades para executar algumas coisas básicas da vida...Não é à toa que no Reino Unido os dois partidos políticos que se alternam no poder são os conservadores (os defensores do "status quo", da tradição) e os trabalhistas (os defensores da "revolução", da inovação), cada um adequado a cada um dos tipos de mudança possível e/ou mais desejável em cada momento. A democracia é uma das formas encontradas para que a mudança seja aparentemente sempre contínua no sentido em que se tenta, através de muitas pequenas mudanças na ruptura (possíveis porque há liberdade de expressão e discussão), evitar as acumulações de energia que levam às grandes mudanças na ruptura a que chamamos revoluções.As mudanças repentinas, mudanças na ruptura ou "ventos da história", são por vezes tão avassaladoras que o mundo depois delas se torna um mundo, completamente novo. Estes "ventos da história" são também os momentos propícios (e por vezes únicos) para se fazerem certas coisas... Esses "ventos" sopram na nossa vida pessoal bem como sopram a nível de um país ou mesmo a nível mundial e, qualquer resistência que se lhes oponha só lhes aumenta a força. Como dizem os chineses: a arvore só não parte com o vento porque se dobra: se resistisse, partir-se-ia...Para tudo na vida há um momento propício para se levar a cabo mudanças (reformas) e para se iniciarem certas aventuras, tal como um barco à vela aproveita os ventos, as correntes e as marés para se fazer ao mar e navegar. É pois importantíssimo estarmos bem alerta e sabermos interpretar a direcção dos "ventos, correntes e marés da história", para aproveitarmos a sua força e o seu impulso para mais facilmente atingirmos os nossos objectivos. Como diz o provérbio popular: “Deus ajuda a quem se ajuda”.Quando sei cai no meio de um rio, por muito bom nadadores que sejamos, nunca devemos nadar contra a corrente porque nos cansaremos e acabaremos por nos afogar... o truque é sim aproveitar a força da corrente para nos irmos lentamente aproximando da margem com o mínimo de esforço. Assim devemos fazer na nossa vida: é tão difícil a uma pessoa com 20 anos não arranjar qualquer emprego como a mesma pessoa já com 50 anos arranjar algum (as pessoas de "50 anos" que continuaram sempre a actualizar-se na sua profissão, que assimilaram uma enorme experiência no ramo, conhecendo tudo e todos, tornam-se pelo contrário profissionais extremamente desejados e bem pagos. Vai ser no entanto progressivamente mais fácil arranjar emprego aos 50 anos nos países ditos desenvolvidos até porque a taxa de natalidade é cada vez menor e portanto há cada vez menos escolha)... teria sido tão difícil a um imperador romano ter abolido a escravatura como a D. Pedro II, imperador do Brasil do século XIX, ter resistido à sua abolição...Há momentos certos para tudo, fora dos quais tudo se torna mais difícil pois rumamos contra a maré da vida: há uma idade certa para termos filhos, uma idade certa para nos tornarmos independentes dos nossos pais, uma idade certa para nos impormos profissionalmente, etc... Cada uma destas "idades" varia de pessoa para pessoa, mas cada um tem as suas próprias que no fundo conhece muito bem.Há também "ventos súbitos" na nossa vida, a que chamamos oportunidades (únicas ou não), que temos que agarrar ou largar em tempos brevíssimos: no aproveitar as que podem mudar a nossa vida para melhor e no rejeitar as outras reside um dos maiores segredos para se conseguir uma vida gratificante. Até a nível profissional: pode-se aproveitar para lançar uma nova e rentável empresa (e até marca comercial) por sermos capazes de entender que uma nova geração acha antiquados os jeans que para os seus pais eram um dos símbolos de modernidade e rebeldia por excelência e, ao mesmo tempo, sermos capazes de descobrir que tipo de calças (que podem ser uns jeans “renovados”) quer essa nova geração: apanhámos uma boleia dos ventos da história (neste caso simples, a moda) para lançarmos um projecto profissional importante!! Ao mesmo tempo, uma multinacional especializada em jeans pode ser obrigada a fechar fábricas e a ver o seu nome comercial (marca) perder muito do seu prestígio porque, como grande "barco" que era, achou que podia ignorar os ventos da história ou, simplesmente, porque não foi capaz de os "ler" (e, portanto, aproveitar).Temos que nos preparar portanto muito bem para ser capazes de ler/prever os "ventos" das nossas histórias pessoais e da história do mundo (a que estas estão inexoravelmente ligadas) para que, quando esses "ventos súbitos" (e cada vez mais imprevisíveis e mesmo inexplicáveis) soprem, não percamos aqueles que nos podem dar um grande impulso na nossa "viagem" e, pelo contrário, rejeitemos prontamente aqueles que nos podem fazer atrasar ou mesmo "naufragar".O problema é que, com a crescente complexidade e rapidez do mundo, os ventos da história (ou deverei dizer "os ventos da mudança") sopram por sua vez de maneira cada vez mais forte e imprevisível, em rajadas capazes de fazer desmoronar os "edifícios" que demoramos uma vida a erigir. Isso leva a que seja cada vez mais difícil a tarefa de prever a direcção "desses ventos" (fazer o boletim meteorológico) e logo a fazer as escolhas certas...Para isso temos que compreender, da forma mais próxima da realidade possível, para onde estamos nós a ir, para onde queremos ir e para onde vai o mundo: em toda a sua complexidade... Uma das nossas maiores qualidades que podemos portanto ter é sermos curiosos.Todas as sociedades (tal como as pessoas) buscam o equilíbrio de maneira oscilante (tal como o equilibrista no arame, que oscila para um lado e para o outro para poder manter-se equilibrado) e tendem para a evolução na continuidade por esta ser muito menos traumática que a "mudança na ruptura" (revolução). Tentam-no tanto que por vezes se cristalizam em modelos anacrónicos incapazes de dar resposta às necessidades das pessoas... são as empresas anacrónicas, os Estados burocráticos e/ou totalitários, os monopólios, etc...Tudo isto é igualmente verdade quando falamos de nós enquanto indivíduos. Na nossa ânsia por "estabilidade" somos muito tentados a ver o mundo de forma estática ou mesmo "cristalizada". Ou somos conservadores ferrenhos ou "progressistas" igualmente fanáticos em todas as situações, quaisquer que elas sejam: discutimos as coisas com base em chavões e lugares comuns que nos impingiram e sobre os quais pouco ou nada reflectimos em relação a esse caso particular. São "receitas" que tentamos aplicar a toda e qualquer situação e que estamos dispostos a defender até à exaustão não só por pura teimosia mas, principalmente, para que toda a visão que temos do mundo não caia por terra.Cada um de nós constrói uma espécie de "mapa" mental da realidade, que o ajuda a interpretar o mundo em que vivemos. Esse "microcosmos" nunca corresponde à realidade ("macrocosmos") visto que é impossível a qualquer ser humano entender toda a enorme complexidade do mundo. O que sim há é "microcosmos" mais aproximados ao "macrocosmos" e outros menos (para não falar dos que estão tão divorciados da realidade que são considerados "patológicos").Escusado será dizer que quanto mais este "mapa" se aproximar da realidade, quanto mais pormenorizado for, mais fácil será evitarmos os escolhos da vida e melhor poderemos aproveitar as oportunidades que a vida nos oferece. Cada mudança dá-nos a possibilidade de "cartografar" inteiras zonas do "mapa" que ainda estavam em branco e de corrigir os muitos erros (muitas vezes grosseiros) do "mapa" existente. Se assim procedermos durante a nossa vida, podemos ter a esperança de virmos um dia a ter um bom "mapa" (é por isso que as pessoas sábias têm sempre uma certa idade... a tarefa é dura e demorada...).Esta é a visão de conjunto que nos permite tomar as decisões estratégias da nossa vida. Porém, ela age também sobre o nosso dia-a-dia, ensinando-nos a viver melhor, sem vãos desejos de glória ou de tantas coisas que verdadeiramente não necessitamos (embora tentem por todos os meios fazer-nos crer que sim através da publicidade), sem competições com os outros, etc...Por isto devemos reflectir muito bem e tentar compreender a mudança em toda a sua amplitude. Depois devemos recebê-la decididamente de braços abertos.Como diz o provérbio: “Pensar devagar. Agir com rapidez”.Façam isso, eu vou tentar fazer o mesmo.

ReNaN.'.

terça-feira, 31 de março de 2009

Perfeição moral


As virtudes e os vícios – Paixões – Egoísmo – Características do homem de bem – Conhecimento de si mesmo







893 Qual a mais meritória de todas as virtudes?
– Todas as virtudes têm seu mérito, porque indicam progresso no caminho do bem. Há virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento das más tendências; mas a sublimidade da virtude é o sacrifício do interesse pessoal pelo bem de seu próximo, sem segundas intenções. A mais merecedora das virtudes nasce da mais desinteressada caridade.

894 Há pessoas que fazem o bem de maneira espontânea, sem precisar vencer nenhum sentimento contrário; têm tanto mérito quanto as que têm de lutar contra sua própria natureza e que a superam?
– As que não têm de lutar é porque nelas o progresso está realizado. Lutaram antes e venceram. Para estas os bons sentimentos não custam nenhum esforço e suas ações parecem todas naturais: para elas o bem tornou-se um hábito. Deve-se honrá-las como a velhos guerreiros que conquistaram respeito.
Como ainda estais bem longe da perfeição, esses exemplos espantam pelo contraste e são mais admirados por serem raros; mas sabei que, nos mundos mais avançados, o que aqui é exceção lá é a regra. O sentimento do bem é espontâneo por toda parte, porque são habitados só por bons Espíritos, e uma única má intenção seria para eles uma exceção monstruosa. Por isso nesses mundos os homens são felizes. E assim será na Terra quando a humanidade se transformar, compreender e praticar a caridade em seu verdadeiro sentido.

895 Além dos defeitos e vícios sobre os quais ninguém se enganaria, qual o sinal mais característico da imperfeição?
– O interesse pessoal. As qualidades morais são, freqüentemente, como banho de ouro sobre um objeto de cobre que não resiste à pedra de toque1. Um homem pode ter qualidades reais que fazem dele, diante de todos, um homem de bem. Mas essas qualidades, ainda que sejam um progresso, nem sempre resistem a certas provas, e basta tocar no interesse pessoal para colocar o fundo a descoberto. O verdadeiro desinteresse é coisa tão rara na Terra que é admirado como um fenômeno quando se apresenta.
O apego às coisas materiais é um sinal notório de inferioridade, porque quanto mais o homem se prende aos bens deste mundo menos compreende sua destinação. Pelo desinteresse, ao contrário, prova que vê o futuro sob um ponto de vista mais elevado.

896 Existem pessoas desinteressadas e sem discernimento, que esbanjam seus bens sem proveito real por falta de um uso criterioso. Terão, por isso, algum mérito?
– Elas têm o mérito do desinteresse, mas não do bem que poderiam fazer. Se o desinteresse é uma virtude, a extravagância é sempre, pelo menos, falta de senso. A riqueza não é dada a alguns para ser jogada ao vento, nem a outros para ser trancada numa caixa-forte. É um depósito ou um empréstimo de que deverão prestar contas, porque terão de responder por todo bem que poderiam ter feito e não fizeram, e por todas as lágrimas que poderiam secar com o dinheiro que deram aos que não tinham necessidade.

897 É repreensível aquele que faz o bem, sem visar recompensa na Terra, mas na esperança de ser recompensado na outra vida, para que lá sua posição seja melhor? Esse pensamento prejudica seu progresso?
– É preciso fazer o bem pela caridade, com desinteresse.

897 a Entretanto, cada um tem o desejo natural de progredir, para sair do estado aflitivo desta vida; os próprios Espíritos nos ensinam a praticar o bem com esse objetivo; será, então, um mal ao pensar que fazendo o bem podemos esperar mais do que na Terra?
– Certamente que não; mas aquele que faz o bem sem segundas intenções e pelo único prazer de ser agradável a Deus e ao próximo já está num certo grau de adiantamento que lhe permitirá atingir muito mais cedo a felicidade do que seu irmão que, mais positivo, faz o bem calculadamente e não por uma ação espontânea e natural de seu coração. (Veja a questão 894.)

897 b Não há aqui uma distinção a fazer entre o bem que se pode fazer ao próximo e o esforço que se faz para corrigir as próprias faltas? Concebemos que fazer o bem com o pensamento de que será levado em conta em outra vida é pouco meritório. Mas corrigir-se, vencer as paixões, melhorar o caráter para se aproximar dos bons Espíritos e se elevar será igualmente um sinal de inferioridade?
– Não, não. Quando dizemos fazer o bem, queremos dizer ser caridoso. Aquele que calcula o que cada boa ação pode lhe render na vida futura, assim como na terrestre, age como egoísta. Porém, não há nenhum egoísmo em desejar se melhorar para se aproximar de Deus, porque esse deve ser o objetivo para o qual cada um de nós deve se dirigir.

898 Uma vez que a vida no corpo é temporária e que nosso futuro deve ser a principal preocupação, é útil o esforço para adquirir conhecimentos científicos referentes apenas às coisas e às necessidades materiais?
– Sem dúvida. Inicialmente isso fará aliviar vossos irmãos; depois, vosso Espírito se elevará mais rápido se já progrediu em inteligência; no intervalo das encarnações, aprendereis em uma hora o que levaria anos na Terra. Todo conhecimento é útil; todos contribuem para o progresso, porque o Espírito para chegar à perfeição deve saber de tudo. Como o progresso tem de se realizar em todos os sentidos, todas as idéias adquiridas contribuem para o desenvolvimento do Espírito.

899 Dois homens são ricos: um nasceu na riqueza e nunca conheceu a necessidade; o outro deve sua riqueza ao trabalho. Tanto um quanto outro a empregam para satisfação pessoal. Qual o mais culpável?
– Aquele que conheceu os sofrimentos. Ele sabe o que é sofrer. Conhece a dor mas não a alivia nos outros porque muito freqüentemente nem se lembra dela.
900 Para quem acumula sem cessar e sem fazer o bem a ninguém será válida como desculpa a idéia de que acumula para deixar mais aos herdeiros?
– É um compromisso de má consciência.

901 Há dois avarentos: o primeiro priva-se do necessário e morre sobre seu tesouro; o segundo é somente avarento para os outros; mas pródigo para si mesmo, enquanto recua diante do mais breve sacrifício para prestar um serviço ou fazer uma coisa útil, nenhum custo é bastante para satisfazer seus gostos e paixões. Peça-lhe um favor, e ele sempre é difícil; mas quando quer realizar uma fantasia, tem sempre o bastante. Qual é o mais culpável e qual deles ficará em pior situação no mundo dos Espíritos?
– Aquele que desfruta das coisas; ele é mais egoísta do que avarento: o outro já vive uma parte de sua punição.

902 É errado desejar a riqueza para fazer o bem?
– O sentimento é louvável, sem dúvida, quando é puro; mas será esse desejo desinteressado e não esconderá nenhuma segunda intenção pessoal? A primeira pessoa à qual se deseja fazer o bem não é freqüentemente a si mesmo?

903 É errado estudar os defeitos dos outros?
– Se é para divulgação e crítica há grande erro, porque é faltar com a caridade. Porém, se a análise resultar em seu proveito pessoal evitando-os para si mesmo, isso pode algumas vezes ser útil. Mas é preciso não esquecer que a indulgência com os defeitos dos outros é uma das virtudes contidas na caridade. Antes de censurar os outros pelas imperfeições, vede se não se pode dizer o mesmo de vós. Empenhai-vos em ter as qualidades opostas aos defeitos que criticais nos outros, esse é o meio de vos tornardes superiores; se os censurais por serem mesquinhos, sede generosos; por serem orgulhosos, sede humildes e modestos; por serem duros, sede dóceis; por agirem com baixeza, sede grandes em todas as ações. Em uma palavra, fazei de maneira que não se possa aplicar a vós estas palavras de Jesus: “Vêum cisco no olho de seu vizinho e não vê uma trave no seu”.

904 É errado investigar e revelar os males da sociedade?
– Depende do sentimento com que se faz; se o escritor quer apenas produzir escândalo, é um prazer pessoal que procura, apresentando quadros que mostram antes um mau do que bom exemplo. Apesar de ter feito uma avaliação, como Espírito, pode ser punido por essa espécie de prazer que tem em revelar o mal.

904 a Como, nesse caso, julgar a pureza das intenções e a sinceridade do escritor?
– Isso nem sempre é útil mas, se escreve coisas boas, aproveitai-as. Se forem más, ignorai-as. É uma questão de consciência dele. Afinal, se deseja provar sua sinceridade, deve apoiar o que escreve com seu próprio exemplo.

905 Certos autores publicaram obras belíssimas, de elevada moral, que ajudam o progresso da humanidade, mas eles mesmos não tiram delas nenhum proveito; como Espíritos, será levado em conta o bem que fizeram com essas obras?
– A moral sem as ações é a semente sem trabalho. De que serve a semente se não é multiplicada para vos alimentar? Esses homens são mais culpáveis, porque tiveram a inteligência para compreender. Não praticando os ensinamentos que deram aos outros, renunciaram a colher seus próprios frutos.

906 É errado, ao fazer o bem, ter consciência disso e reconhecê-lo?
– Tendo consciência do mal que faz, deve o homem também ter consciência do bem e saber se age bem ou mal. Ponderando suas ações diante das leis divinas, e principalmente na lei de justiça, amor e caridade, é que poderá dizer se elas são boas ou más, aprová-las ou não. Ele não estará errado quando reconhecer que venceu suas más tendências e fica satisfeito, desde que não se envaideça, porque então cairá em outra falta. (Veja a questão 919.)
Paixões

907 O princípio das paixões, sendo natural, é mau em si mesmo?
– Não. A paixão está no excesso acrescentado à vontade, já que o princípio foi dado ao homem para o bem, e as paixões podem levá-lo a realizar grandes coisas. É no seu abuso que está a causa do mal.

908 Como definir o limite em que as paixões deixam de ser boas ou más?
– As paixões são semelhantes a um cavalo, que é útil quando é dominado e perigoso quando domina. Reconhecei que uma paixão torna-se perigosa no momento em que deixais de governá-la e resultar qualquer prejuízo para vós ou para os outros.
☼ As paixões são como alavancas que aumentam dez vezes mais as forças do homem e o ajudam na realização dos objetivos da Providência; mas se ao invés de dirigi-las o homem se deixa dirigir por elas, cai no excesso e até mesmo a força que em sua mão poderia fazer o bem volta-se sobre ele e o esmaga.
Todas as paixões têm seu princípio num sentimento ou necessidade natural. O princípio das paixões não é, portanto, um mal, uma vez que repousa sobre uma das condições providenciais de nossa existência. A paixão, propriamente dita, conforme habitualmente se entende, é o exagero de uma necessidade ou de um sentimento. Está no excesso e não na causa; e esse excesso torna-se mau quando tem por conseqüência um mal qualquer.
Toda paixão que aproxima a pessoa da natureza primitiva a afasta de sua natureza espiritual. Todo sentimento que eleva a pessoa acima da natureza primitiva revela a predominância do Espírito sobre a matéria e a aproxima da perfeição.

909 O homem poderia sempre vencer suas más tendências pelos seus esforços?
– Sim, e algumas vezes com pouco esforço; é a vontade que lhe falta. Como são poucos dentre vós os que se esforçam!

910 O homem pode encontrar nos Espíritos uma assistência eficaz para superar suas paixões?
– Se ele orar a Deus e a seu protetor com sinceridade, os bons Espíritos certamente virão em sua ajuda, porque é missão deles. (Veja a questão 459.)

911 Não existem paixões tão vivas e irresistíveis que a vontade não tenha o poder de superá-las?
– Há muitas pessoas que dizem: Eu quero, mas a vontade está apenas nos lábios. Querem, mas estão bem satisfeitas que assim não seja. Quando o homem não acredita poder vencer suas paixões, é que seu Espírito se satisfaz nisso por conseqüência de sua inferioridade. Aquele que procura reprimi-las compreende sua natureza espiritual; vencê-las é, para ele, uma vitória do Espírito sobre a matéria.

912 Qual o meio mais eficaz de combater a predominância da natureza corporal?
– Praticar o desprendimento.
Egoísmo

913 Entre os vícios, qual se pode considerar o pior?
– Já dissemos várias vezes: é o egoísmo; dele deriva todo mal. Estudai todos os vícios e vereis que no fundo de todos existe egoísmo. Vós os combatereis inutilmente e não conseguireis arrancá-los enquanto não tiverdes atacado o mal pela raiz, enquanto não tiverdes destruído a causa. Que todos os vossos esforços tendam para esse objetivo, porque aí está a verdadeira chaga da sociedade. Aquele que deseja se aproximar, já nesta vida, da perfeição moral, deve arrancar de seu coração todo sentimento de egoísmo, por ser incompatível com a justiça, o amor e a caridade: ele neutraliza todas as outras qualidades.

914 Parece bem difícil extinguir inteiramente o egoísmo do coração do homem se ele estiver baseado no interesse pessoal; pode-se conseguir isso?
– À medida que os homens se esclarecem sobre as coisas espirituais, dão menos valor às materiais. É preciso reformar as instituições humanas que estimulam e mantêm o egoísmo. Isso depende da educação.

915 O egoísmo, sendo próprio da espécie humana, não será sempre um obstáculo para que reine o bem absoluto na Terra?
– É certo que o egoísmo é o maior mal, mas ele se prende à inferioridade dos Espíritos encarnados na Terra, e não à humanidade em si mesma; os Espíritos, ao se depurarem nas sucessivas encarnações, perdem o egoísmo como perdem outras impurezas. Não tendes na Terra algum homem desprovido de egoísmo e praticando a caridade? Há mais do que imaginais, porém pouco os conheceis, porque a virtude não se põe em evidência; se há um, por que não haveria dez? Se há dez, por que não haveria mil e assim por diante?

916 O egoísmo, longe de diminuir, aumenta com a civilização, que parece excitá-lo e mantê-lo; como a causa poderá destruir o efeito?
– Quanto maior o mal, mais se torna horrível. Será preciso que o egoísmo cause muito mal para fazer compreender a necessidade de extingui-lo. Quando os homens tiverem se libertado do egoísmo que os domina, viverão como irmãos, não se fazendo nenhum mal, ajudando-se mutuamente pelo sentimento natural da solidariedade; então o forte será o apoio e não opressor do fraco, e não se verão mais homens desprovidos do indispensável para viver, porque todos praticarão a lei da justiça. É o reino do bem que os Espíritos estão encarregados de preparar.

917 Qual o meio de destruir o egoísmo?
– De todas as imperfeições humanas, a mais difícil de extinguir é o egoísmo, porque se liga à influência da matéria da qual o homem, ainda muito próximo de sua origem, não se pode libertar. Tudo concorre para manter essa influência: suas leis, sua organização social, sua educação.
O egoísmo se enfraquecerá com a predominância da vida moral sobre a material, e principalmente com a compreensão que o Espiritismo vos dá do futuro real, e não desnaturado pelas ficções alegóricas. O Espiritismo bem compreendido, quando estiver identificado com os costumes e as crenças, transformará os hábitos, os usos, as relações sociais. O egoísmo está fundado sobre a importância da personalidade; portanto, o Espiritismo bem compreendido, repito, mostra as coisas de tão alto que o sentimento da personalidade desaparece, de alguma forma, perante a imensidão. Ao destruir essa importância, ou pelo menos ao fazer vê-la como é, combate necessariamente o egoísmo.
É o choque que o homem experimenta do egoísmo dos outros que o torna freqüentemente egoísta por si mesmo, porque ele sente a necessidade de se colocar na defensiva. Ao ver que os outros pensam só em si mesmos e não nos demais, é conduzido a se ocupar de si mais do que dos outros. Que o princípio da caridade e da fraternidade seja a base das instituições sociais, das relações legais de povo para povo e de homem para homem, e o homem pensará menos em sua pessoa quando vir que outros pensam nisso; ele sofrerá a influência moralizadora do exemplo e do contato. Em face da atual intensidade do egoísmo humano, é preciso uma verdadeira virtude para se desprender de sua personalidade em favor dos outros, que freqüentemente não sabem agradecer. É principalmente para os que possuem essa virtude que o reino dos céus está aberto; é especialmente para eles que está reservada a felicidade dos eleitos, porque eu vos digo em verdade que, no dia da justiça, quem tiver apenas pensado em si mesmo será colocado de lado e sofrerá no seu abandono. (Veja a questão 785.)
Fénelon
☼ Sem dúvida, louváveis esforços são feitos para que a humanidade avance; encorajam-se, estimulam-se, honram-se os bons sentimentos mais do que em qualquer outra época e, entretanto, o verme roedor do egoísmo continua sendo sempre a chaga social. É um mal real que recai sobre todo o mundo, do qual cada um é mais ou menos vítima. É preciso combatê-lo como se combate uma doença epidêmica. Para isso, deve se proceder à maneira dos médicos: ir à origem. Que se procurem, então, em todas as partes da organização social, desde a família até os povos, desde a cabana até os palácios, todas as causas, todas as influências evidentes ou escondidas que excitam, mantêm e desenvolvem o sentimento do egoísmo; uma vez conhecidas as causas, o remédio se mostrará por si mesmo. Restará somente combatê-las, senão todas de uma vez, pelo menos parcialmente e, pouco a pouco, o veneno será eliminado. A cura poderá ser demorada, porque as causas são numerosas, mas não é impossível. Isso só acontecerá se o mal for atacado pela raiz, ou seja, pela educação; não pela educação que tende a fazer homens instruídos, mas a que tende a fazer homens de bem. A educação, bem entendida, é a chave do progresso moral; quando se conhecerem a arte de manejar os caracteres, o conjunto de qualidades do homem, como se conhece a de manejar as inteligências, será possível endireitá-los, como se endireitam plantas novas; mas essa arte exige muito tato, muita experiência e uma profunda observação. É um grave erro acreditar que basta ter o conhecimento da ciência para exercê-la com proveito. Todo aquele que acompanha o filho do rico ou do pobre, desde o nascimento e observa todas as influências más que atuam sobre eles por conseqüência da fraqueza, do desleixo e da ignorância daqueles que os dirigem, quando, freqüentemente, os meios que se utilizam para moralizá-lo falham, não se pode espantar em encontrar no mundo tantos defeitos. Que se faça pela moral tanto quanto se faz pela inteligência e se verá que, se existem naturezas refratárias, que se recusam a aceitá-las, há, mais do que se pensa, as que exigem apenas uma boa cultura para produzir bons frutos. (Veja a questão 872.)
O homem deseja ser feliz e esse sentimento é natural; por isso trabalha sem parar para melhorar sua posição na Terra; ele procura a causa de seus males a fim de remediá-los. Quando compreender que o egoísmo é uma dessas causas, responsável pelo orgulho, ambição, cobiça, inveja, ódio, ciúme, que o magoam a cada instante, que provoca a perturbação e as desavenças em todas as relações sociais e destrói a confiança, que o obriga a se manter constantemente na defensiva, e que, enfim, do amigo faz um inimigo, então compreenderá também que esse vício é incompatível com sua própria felicidade e até mesmo com sua própria segurança. E quanto mais sofre com isso, mais sentirá a necessidade de combatê-lo, assim como combate a peste, os animais nocivos e os outros flagelos; ele será levado a agir assim por seu próprio interesse. (Veja


O egoísmo é a fonte de todos os vícios, assim como a caridade é de todas as virtudes; destruir um, desenvolver o outro, esse deve ser o objetivo de todos os esforços do homem, se quiser assegurar sua felicidade aqui na Terra e, futuramente, no mundo espiritual.
Características do homem de bem

918 Por que sinais pode-se reconhecer num homem o progresso real que deve elevar seu Espírito na hierarquia espírita?
– O Espírito prova sua elevação quando todos os atos de sua vida são a prática da lei de Deus e quando compreende por antecipação a vida espiritual.
☼ O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, amor e caridade em sua maior pureza. Se interroga sua consciência sobre os atos realizados, perguntará se não violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que pôde, se ninguém tem nada a se queixar dele, enfim, se fez aos outros o que gostaria que os outros fizessem por ele.
O homem cheio do sentimento de caridade e amor ao próximo faz o bem pelo bem, sem esperar retorno, e sacrifica seu interesse à justiça. É bom, humano e benevolente para com todos, porque vê irmãos em todos os homens, sem exceção de raças nem de crenças.
Se Deus lhe deu poder e riqueza, vê essas coisas como um depósito do qual deve fazer uso para o bem. Não tira disso nenhuma vantagem, porque sabe que Deus, que os deu, pode tirá-los. Se a ordem social colocou homens sob sua dependência, trata-os com bondade e benevolência, por serem seus iguais diante de Deus; usa de sua autoridade para elevar-lhes o moral , e não para esmagá-los com seu orgulho.
É indulgente para com as fraquezas dos outros, por saber que ele mesmo tem necessidade de indulgência, e se lembra dessas palavras do Cristo: “Que aquele que não tiver pecado atire a primeira pedra”.
Não é vingativo. A exemplo de Jesus, perdoa as ofensas para se lembrar apenas dos benefícios, porque sabe que será perdoado como ele próprio tiver perdoado.
Respeita em seus semelhantes todos os direitos que as leis da natureza lhes concedem, assim como gosta que respeitem os seus.
Conhecimento de si mesmo

919 Qual o meio prático mais eficaz para se melhorar nesta vida e resistir aos arrastamentos do mal?
– Um sábio da Antiguidade vos disse: “Conhece-te a ti mesmo”.

919 a Concebemos toda sabedoria desse ensinamento, mas a dificuldade está precisamente em conhecer-se a si mesmo; qual é o meio de conseguir isso?
– Fazei o que eu fazia quando estava na Terra: no fim do dia, interrogava minha consciência, passava em revista o que havia feito e me perguntava se não havia faltado com o dever, se ninguém tinha do que se queixar de mim. Foi assim que consegui me conhecer e ver o que havia reformado em mim. Aquele que, a cada noite, se lembrasse de todas as suas ações do dia e se perguntasse o que fez de bom ou de mau, orando a Deus e ao seu anjo de guarda para esclarecê-lo, adquiriria uma grande força para se aperfeiçoar porque, acreditai em mim, Deus o assistiria. Interrogai-vos sobre essas questões e perguntai o que fizestes e com que objetivo agistes em determinada circunstância, se fizestes qualquer coisa que censuraríeis em outras pessoas, se fizestes uma ação que não ousaríeis confessar. Perguntai-vos ainda isso: se agradasse a Deus me chamar nesse momento, teria eu, ao entrar no mundo dos Espíritos, onde nada é oculto, o que temer diante de alguém? Examinai o que podeis ter feito contra Deus, depois contra vosso próximo e, por fim, contra vós mesmos. As respostas serão um repouso para vossa consciência ou a indicação de um mal que é preciso curar.
O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do melhoramento individual. Mas, direis, como proceder a esse julgamento? Não se tem a ilusão do amor-próprio que ameniza as faltas e as desculpa? O avaro acredita ser simplesmente econômico e previdente; o orgulhoso acredita somente ter dignidade. Isso não deixa de ser verdade, mas tendes um meio de controle que não pode vos enganar. Quando estiverdes indecisos sobre o valor de uma de vossas ações, perguntai-vos como a qualificaríeis se fosse feita por outra pessoa; se a censurais nos outros, não poderá ser mais legítima em vós, porque Deus não tem duas medidas para a justiça. Procurai, assim, saber o que os outros pensam, e não negligencieis a opinião dos opositores, porque estes não têm nenhum interesse em dissimular a verdade e, muitas vezes, Deus os coloca ao vosso lado como um espelho, para vos advertir com mais franqueza do que faria um amigo. Que aquele que tem a vontade séria de se melhorar sonde sua consciência, a fim de arrancar de si as más tendências, como arranca as más ervas de seu jardim. Que faça o balanço de sua jornada moral, como o mercador faz a de suas perdas e lucros, e eu vos asseguro que isso resultará em seu benefício. Se puder dizer a si mesmo que seu dia foi bom, pode dormir em paz e esperar sem temor o despertar na outra vida.
Submetei à análise questões claras e precisas e não temeis multiplicá-las: pode-se muito bem dedicar alguns minutos para conquistar uma felicidade eterna. Não trabalhais todos os dias visando a juntar o que vos dê repouso na velhice? Esse repouso não é objeto de todos os vossos desejos, o objetivo que vos faz suportar fadigas e privações momentâneas? Pois bem! O que é esse repouso de alguns dias, perturbado pelas enfermidades do corpo, ao lado daquele que espera o homem de bem? Não vale a pena fazer algum esforço? Sei que muitos dizem que o presente é positivo e o futuro incerto; portanto, eis aí, precisamente, o pensamento de que estamos encarregados de destruir em vós, porque desejamos que compreendais esse futuro de maneira que não possa deixar nenhuma dúvida na vossa alma. Eis por que chamamos inicialmente vossa atenção para os fenômenos que impressionavam os vossos sentidos e depois vos demos as instruções que cada um está encarregado de divulgar. Foi com esse objetivo que ditamos O Livro dos Espíritos.
Santo Agostinho

☼ Muitas faltas que cometemos passam despercebidas por nós; se, de fato, seguindo o conselho de Santo Agostinho, interrogarmos mais freqüentemente nossa consciência, veremos quantas vezes falhamos sem perceber, por não examinar a natureza e a motivação de nossos atos. A forma interrogativa tem alguma coisa de mais preciso do que o ensinamento do “conhece-te a ti mesmo”, que freqüentemente não se aplica a nós mesmos. Ela exige respostas categóricas, por um sim ou um não, que não deixam alternativa; são igualmente argumentos pessoais, e pela soma das respostas pode-se calcular a soma do bem e do mal que está em nós.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Objetos Simbólicos Sagrados


Símbolos, amuletos, e talismãs são objetos de proteção, de força, ao qual se atribui um poder místico que estão ligados com sua forma e a simbologia que os mesmo representam
O punhal, o violino, o pandeiro, o leque, o xale, as medalhas e as fitas coloridas; o coral, o âmbar, o ônix, o abalone, a concha marinha (Vieira), o hipocampo (cavalo-marinho), a coruja (mocho), o cavalo, o cachorro, o galo e o lobo são símbolos sagrados para o Povo Cigano.
A verbena, a sálvia, o ópio, o sândalo e algumas resinas extraídas das cascas das árvores sagradas, são ingredientes indispensáveis na manufatura caseira de incensos, velas e sais de banho, mesclados com essências de aromas inebriantes e simplesmente usados nas abluções do dia-a-dia, nos contatos sociais e comerciais, nos encontros amorosos e principalmente nos ritos iniciáticos, de uma forma sensível e absolutamente mágica, conferindo grandes poderes.



ÂNCORA Simboliza segurança. É usado para trazer segurança e equilíbrio no plano físico, financeiro, e para se livrar de perdas materiais.





CHAVESimboliza as soluções. É usado para atrair boas soluções de problemas. O símbolo da chave quando trabalhado no fogo costuma atrair sucesso e riquezas.



CORUJASimboliza "o ver a totalidade". É usado para ampliar a percepção com a sabedoria possibilitando ver à totalidade: o consciente e o inconsciente.




Pentagrama (estrela de 5 pontas) simboliza o Homem Integral (de braços e pernas abetos) interagindo em perfeita harmonia com a plenitude da existência. Simboliza evolução. É usado para proteção, além de estar associada à intuição, sorte e êxito. A estrela representa o domínio dos cincos sentidos. Também conhecida como o Pentagrama.



ESTRELA DE 6 PONTAS - Simboliza proteção. É usado como talismã de proteção contra inimigos visíveis e invisíveis. Também conhecida como Estrela Cigana e Estrela de David. A Estrela Cigana é o símbolo dos grandes chefes ciganos. Possui seis pontas, formando dois triângulos iguais, que indicam a igualdade entre o que está à cima e o que está a baixo. Representa sucesso e evolução interior.

FERRADURASimboliza energia e sorte. É usado para atrair energia positiva e boa sorte. A ferradura representa o esforço e o trabalho. Os ciganos têm a ferradura como um poderoso talismã, que atrai a boa sorte, a fortuna e afasta a má sorte


LUASimboliza a magia e os mistérios. A lua é usada geralmente pelas ciganas, para atrair percepção, o poder feminino, a cura e o exorcismo atentando sempre as fases: nova, crescente, cheia e minguante. A lua cheia é o maior elo de ligação com o sagrado, sendo chamada de madrinha. As grandes festas sempre acontecem nas noites de lua cheia.

MOEDASimboliza proteção e prosperidade. É usado contra energias negativas e para atrair dinheiro. A moeda é associada ao equilíbrio e à justiça e relacionada às riquezas materiais e espirituais, que é representada pela cara e coroa. Para os ciganos, cara é o ouro físico, e coroa, o espiritual.

PUNHALSimboliza a força, o poder, vitória e superação. É muito usado nos rituais de magia, tem o poder de transmutar energias. Os ciganos também usavam o punhal para abrir matas, sendo então, um dos grandes símbolos de superação e pioneirismo, além da roda. O punhal também é usado na cerimônia cigana de noivado e casamento, onde é feito um corte nos pulsos dos noivos, em seguida os pulsos são amarrados em um lenço vermelho, representando a união de duas vidas em uma só.

RODAO grande símbolo geométrico do Povo Cigano é o Círculo Raiado (representando a roda da carroça que gira pelas estradas da vida) provando a não linearidade do tempo e do espaço.
Simboliza a Samsara, representando o ir e vir, o circular, o passar por diversos estados, o ciclo da vida, morte e renascimento, e é usado para atrair a grande consciência, a evolução, o equilíbrio. É o grande símbolo cigano, e é representado pela roda dos vurdón que gira.
Samsara (sânscrito) - Literalmente significa "viajando". O ciclo de existências, uma sucessão de renascimentos que um ser segue através de vários modos de existências até que alcance da liberação.Vurdón (romanês ou romani - dialeto cigano) - Significa "carroção".

TAÇA
Simboliza união e receptividade, pois qualquer líquido cabe nela e adquire sua forma. Tanto que, no casamento cigano, os noivos tomam vinho em uma única taça, que representa valor e comunhão eterna.

TREVO
É o símbolo mais tradicional de boa sorte. Trevo de quatro folhas: traz felicidade e fortuna. Quando se encontra um trevo de quatro folhas na natureza, podem-se esperar sempre boas