O
Tapajós é uma proposta de
nova unidade federativa do Brasil, que seria resultande do desmembramento do
Pará, ou seja, das regiões do
Baixo Amazonas e
Sudoeste Paraense. O novo estado vai ser criado por meio de um
plebiscito que já está marcado para o dia
11 de dezembro de
2011,
onde todos os eleitores do Pará devem participar da eleição. Se
realmente o Tapajós for escolhido, será o terceiro maior estado
brasileiro em área territorial, superado apenas por
Amazonas e
Mato Grosso.
Em seu território haverá 1 300 090 habitantes, em torno de 20% da
população do atual estado do Pará. A capital do provavel estado será a
cidade de
Santarém, que atualmente possui 294 774 habitantes (
IBGE/
2010). Também contará com uma universidade federal, que será convertida de
Universidade Federal do Oeste do Pará (
UFOPA) para Universidade Federal do Tapajós. Quando o estado do Tapajós for criado, terá 27 municípios e um
PIB de R$ 9 bilhões de reais, segundo dados do
IBGE.
Os antecedentes do movimento de emancipação de Tapajós são antigos, a
ideia da criação desta nova Unidade Federativa partiu do governo
central há mais de 150 anos, datam do início do século XIX,
aproximadamente 1923.
No Oeste o desejo emancipacionista tem raízes históricas que vêm desde a metade do século XIX, quando
Dom Pedro II assinou, em 1850, o decreto de criação da Província do Rio Negro, mais tarde Província e estado do
Amazonas, depois que as elites daquela unidade intentaram, sem êxito, a separação por conta própria, em 1832.
Após a perda territorial de sua imensa banda oeste, as elites
paraenses permaneceram inconformadas, e os atritos foram frequentes
entre as duas unidades. Surgiu, então, a ideia de se criar uma terceira
província, que viria, naquele momento, arrefecer os ânimos das elites
locais. Em 1869, foram intensos os debates no Parlamento Imperial sobre a
necessidade de transformar o Baixo Amazonas paraense (hoje chamado de
Oeste do Pará) em uma província autônoma. Em 1832, o Grão-Pará tinha
três comarcas:
Belém,
Santarém e
Manaus.
Santarém adquiria, assim, status jurídico e administrativo semelhante
ao das outras duas cidades, alimentando o sonho da autonomia que jamais
veio a se realizar. A redivisão territorial voltou a ser discutida
novamente, para resolver as diferenças de limites entre as duas
províncias, nos anos de 1869 e 1877.
Após a instalação da República, foram feitas várias propostas de
reordenamento territorial do Brasil e todas, sempre evidenciado a
Amazônia e citando o Tapajós, seja como província ou como um futuro
estado.
Entre os anos de 1933 e 1980, foi proposta a redivisão territorial da
Amazônia, incluindo o estado do Pará, apontada como alternativa de
desenvolvimento social a criação do estado do Tapajós. Nomes como os de
Segadas Viana,
Juarez Távora e
Ronan Liberal (Prefeito de Santarém), propuseram a criação do estado.
Em 1984, ocorreu uma importante reunião no antigo Hotel Tropical, em
Santarém que consolidou um novo momento de luta pelo plebiscito do
estado do Tapajós. Por pouco não criou-se o Estado do Tapajós, na
Assembleia Constituinte
de 1988. Embora não tenham consolidado a criação do Estado, fundou-se a
Frente Popular pelo estado do Tapajós, tendo coletado mais de 17 mil
assinaturas, em pouco mais de 15 dias úteis, tendo dado entrada no
Congresso Revisor, de uma emenda popular, protocolada sob o número
12.977-7, que hoje, junto com o relatório 01/90, respaldam o projeto do
Senador Mozarildo Cavalcanti, de 1993.
Em 1995 um relatório da Comissão de Estudos Territoriais da
Assembleia Legislativa do estado do Pará, deu viabilidade à criação do
estado do Tapajós, então uma ação político-popular , entrou no Senado
Federal com o Projeto de Decreto Legislativo de Consulta Plebiscitária
sobre a criação do estado do Tapajós, em 1999.
Movimento na atualidade
Atualmente é coordenado pelo Movimento Pelo Plebiscito e Criação do
Estado do Tapajós, juridicamente constituído e com apoio maciço da
população local. O projeto posto na Mesa do Plenário, com pedido de
urgência do deputado federal
José Priante foi aprovado no dia 31 de maio de 2011.
A Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento
Regional aprovou anteriormente, no dia 24 de março de 2010, o projeto de
convocação do plebiscito sobre a divisão do Pará para criação dos
Estados de Tapajós e
Carajás.
No plebiscito sobre a criação do novo estado, devem ser consultados os
cidadãos dos 144 municípios do estado do Pará, ou seja, a região
diretamente afetada.
O projeto aprovado também fixava um prazo de dois meses para o
pronunciamento da Assembleia Legislativa do Pará. O plebiscito deverá
ser realizado pelo Tribunal Regional do Pará, no prazo de seis meses da
promulgação das normas. A convocação do plebiscito é passo fundamental
para a criação de um novo estado. Somente com o aval da população dos
municípios diretamente envolvidos, é possível dar continuidade ao
processo, com a consulta da assembleia do estado a ser desmembrado e a
aprovação, pelo Congresso, de uma lei complementar instituindo o novo
estado.
No dia 31 de maio de 2011 o senado federal aprovou a realização de
plebiscito para consultar a população do Pará a respeito da divisão do
território do estado para a criação de outra unidade da federação,
denominada Tapajós. O substitutivo ao PDS 19/99 prevê a criação de
Tapajós a partir da desintegração de 27 municípios paraenses da parte
oeste do Pará